top of page

🧷🖤Moda punk como expressão de ruptura

  • Foto do escritor: Gabrielly Nicolly Morais
    Gabrielly Nicolly Morais
  • 7 de mai.
  • 2 min de leitura

Atualizado: 9 de mai.

Da costura ao grito, a moda punk se afirma como linguagem de quem desafia padrões e transforma aparência em discurso.

Foto/Reprodução: Pinterest
Foto/Reprodução: Pinterest

Cabelo colorido, roupa rasgada, coturno pesado. O que pode parecer apenas um visual ousado ou alternativo é, na verdade, uma escolha carregada de significado.


Desde que surgiu, nos anos 1970, o punk se manifestou como uma reação direta ao conservadorismo, ao desemprego, à desigualdade — um verdadeiro tapa na cara do sistema. E mesmo depois de décadas, esse estilo ainda incomoda, provoca e comunica.


Mais do que uma tendência, a moda punk se firmou como linguagem. Um jeito de mostrar ao mundo quem você é — ou, mais ainda, quem você não quer ser. Para a jornalista e professora Daniela Pereira Bochembuzo, esse movimento é um exemplo claro de como a roupa também ocupa espaço político:

“A roupa também é política. Quando vem da periferia ou da classe trabalhadora, ela carrega peso, vivência e resistência.”

O punk, portanto, nunca foi só sobre estética. Foi — e continua sendo — sobre existir à margem, desafiar normas e transformar o corpo em território de expressão. Uma moda que rasga o silêncio e costura identidade em cada detalhe.


Linha do tempo – O punk em evolução


Punk é mais que estilo, é vivência

Nada no look punk é por acaso. O jeans rasgado, a bota pesada, a camiseta customizada — tudo isso veio da galera trabalhadora que usava o que tinha e fazia virar protesto.

“Não era qualquer jeans, era aquele já bem gasto, destruído. As botas? Eram de guerra, depois viraram de operário. E o punk pegou tudo isso e exagerou, de propósito”, lembra Daniela.

Com famílias quebradas no pós-guerra e pouca grana, a juventude fez do visual uma arma. E hoje, mesmo com mil tendências rolando, o punk segue firme como uma forma de dizer “tô aqui, e não vou me calar”.


Costura com atitude

Aline Rocha Ferreira é produtora de moda e já colocou o punk na passarela. Ela participou da organização do desfile Verão Oásis 2016 e também da direção criativa da marca Fúria, com muita presença de estilo underground.


Para a produtora de moda Aline Rocha Ferreira, alguns elementos visuais continuam essenciais para quem carrega essa estética:


🎧 Ouça na voz da Aline os detalhes que fazem o punk ser tão único:



Confira aqui o editorial que representa a fusão do punk, gótico e clubber
Confira aqui o editorial que representa a fusão do punk, gótico e clubber

Com um olhar afiado pra moda com conteúdo, ela acredita que o punk continua sendo sobre muito mais do que o look:



A moda punk nunca foi só sobre o que se veste, mas sobre o que se comunica. Entre flanelas e costuras rasgadas, há uma história marcada por luta, pertencimento e enfrentamento ao sistema. Mesmo reinterpretada por novas gerações, a essência do movimento permanece.

“A roupa punk era rasgada de propósito. Se já estava gasta, rasgavam ainda mais. Era uma forma visual de expressar desgaste, descontentamento, abandono”, reforça Daniela Pereira Bochembuzo.

Da contracultura britânica dos anos 1970 às narrativas identitárias de hoje, o punk resiste como um símbolo de expressão política. Continua sendo um espaço de ruptura para quem não se vê nos padrões — e para quem, através da roupa, encontra uma forma de existir, provocar e ser escutado.



Comentários


bottom of page