✝️Semana Santa em Botucatu: fé, tradição e vivência familiar
- Laura dos Santos Bardella
- 23 de abr.
- 3 min de leitura
A Semana Santa é um dos períodos mais significativos do calendário cristão, especialmente para os católicos. Também chamada de Semana Maior, essa etapa litúrgica é marcada por jejuns, orações, procissões e encontros comunitários e familiares. De acordo com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), os dias com maior destaque nas celebrações são o Domingo de Ramos, a Quinta-feira Santa, a Sexta-feira da Paixão, o Sábado Santo — que compõem o Tríduo Pascal — e o Domingo da Ressurreição. Nos demais dias, práticas devocionais são realizadas conforme as tradições de cada país ou diocese.
No Brasil, onde vivem cerca de 183 milhões de católicos, de acordo com dados do Vaticano referentes a dezembro de 2022, essas práticas mantêm raízes profundas, especialmente em cidades do interior. Em Botucatu, município paulista com cerca de 150 mil habitantes, a vivência da Semana Santa segue firme e se revela em diversas manifestações locais de fé.
Segundo o padre Gustavo Viaro Corrêa, pároco da Paróquia Nossa Senhora Menina, a participação nas celebrações tem crescido, especialmente com o envolvimento das famílias. Ele destaca que a paróquia prepara momentos especiais para acolher toda a comunidade, favorecendo a experiência espiritual em conjunto.
Vivência familiar: fé que floresce no cotidiano
Na casa da família Michelino, a Semana Santa é vivida como um tempo de renovação espiritual e fortalecimento dos laços familiares. Casados há 14 anos e juntos há duas décadas, José Aparecido e Daniele reencontraram o fervor da fé no batizado do filho do meio, Mateus, hoje com 7 anos. A partir de então, passaram a se envolver mais profundamente na vida paroquial e hoje atuam como Ministros Extraordinários da Comunhão Eucarística (MECE).
Com os outros filhos, Felipe (13), que se prepara para o sacramento da Crisma, e Catarina (3), o casal participa ativamente das celebrações. Este ano, escolheram acompanhar juntos as liturgias do Tríduo Pascal, priorizando a vivência familiar em vez dos serviços voluntários individuais.
� Família Michelino:

Uma fé que atravessa fronteiras: experiência transformadora na Terra Santa
Para o casal Paulo e Rosa Bardella, a fé ganhou novos contornos após uma peregrinação à Terra Santa em setembro de 2024. A viagem, realizada para celebrar os 25 anos de casamento, tornou-se uma experiência profunda de renovação espiritual.
Rosa compartilha como a visita aos lugares santos — como o Horto das Oliveiras e a Muralha de Jerusalém — transformou sua vivência da Semana Santa.
Na sequência: Rosa e Paulo em Jerusalém, Muralha da cidade;
Local do nascimento de Jesus; Horto das Oliveiras.
Foto/Reprodução: Arquivo pessoal.
� Rosa:
Paulo, por sua vez, relembra com emoção a passagem por Belém, onde acredita ter vivido um dos momentos mais marcantes da peregrinação. Para ambos, as celebrações pascais, depois dessa experiência, passaram a carregar um peso simbólico ainda mais intenso, ressignificando os ritos da Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo.
� Paulo:
Memórias e permanência: o olhar de quem viu a tradição se transformar
A fé que resiste ao tempo se revela nas palavras de Aldeni, de 71 anos, fiel da Paróquia Nossa Senhora Menina. Católica desde o nascimento, ela relembra como era vivenciar a Semana Santa quando morava no sítio onde a missa só acontecia uma vez por mês.
Aos 14 anos, mudou-se para a cidade para trabalhar como empregada doméstica, o que afastou por um tempo sua prática religiosa. Foi apenas anos depois, ao acompanhar o filho na catequese, que reencontrou sua espiritualidade. Desde então, participa ativamente das celebrações e grupos de oração.

Foto/Reprodução: Arquivo pessoal.
� Aldeni:
A Semana Santa, em suas múltiplas formas de vivência, revela uma fé que resiste ao tempo, se renova nas famílias e se fortalece na comunidade.
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